segunda-feira, 19 de julho de 2010

O viajante

O dia amanheceu. A chuva que passara a noite inteira caindo terminava. A folhagem estava totalmente molhada e seu cheiro ressoava ao nariz e incomodava aquele velho senhor em sua varanda. Seus olhos ardiam depois de um longo momento de lamentos. O vento estava perverso, ainda assim, o velho saiu para a sua caminhada matinal, pensando talvez em dar meia volta e voltar para o aconchego de sua poltrona. O ar poluído da pequena cidade de industrias fazia seu pulmão arder, e ao modo que andava, ligava-se cada vez mais ao trajeto e suas mudanças. As árvores que por ali deixavam sombras enormes não existiam mais. Os pássaros que cantavam, as crianças que brincavam, o cachorros correndo, onde estavam todos eles ? Era o que ele se perguntava. A chuva ameaça retornar, então o homem se pôs a voltar para casa. O pequeno cão que lá estava a sua espera, chorava, melancólico, sem conseguir um mínimo de atenção de seu dono quando o viu entrando pela porta. Triste, o velho se sentou em frente a TV. Talvez tudo o que ele quisesse era que sua vida fosse menos monótona, talvez tudo o que ele precisava era de alguém que realmente se importasse. E ali, ainda bem cedinho, o homem, solitário e amargurado, adormecera, em um sono, do qual não acordaria mais.
Por Tatiana

2 comentários:

  1. Super forte, amei. E tipo, isso até acaba sendo verdade, por que hoje em dia a poluição da cidade é muito forte, e não se ve mais a beleza da natureza em todo lugar, e estamos sempre correndo que esqucemos de apreciar a unica natureza que restou em nosso ambiente.

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